O FIM DO HISTORICISMO

UMA DISSERTAÇÃO QUE DÁ O QUE PENSAR

Este artigo constitui uma síntese da dissertação The End of Historicism, [O fim do historicismo], do Dr. Kai Arasola, destacado dirigente adventista na Finlândia, onde expõe suas razões para crer que o historicismo, como ferramenta outrora útil de interpretação bíblica, chegou ao seu fim. Trechos significativos são reproduzidos para a análise e consideração dos que se interessam pelo tema da história da interpretação profética.

INTRODUÇÃO

Guilherme Miller estava correto em sua ênfase de que a Bíblia nada sabe sobre um mundo progredindo gradualmente na direção da utopia. Ele estava ainda correto ao ensinar que todos os cristãos devem estar buscando o breve retorno de Cristo.

Miller estava errado quando ignorou o claro ensino de Cristo em Mateus 24:36 e Atos 1:7, e de Paulo em I Tessal. 5:1-11.

Tal como todos os verdadeiros servos de Deus, Guilherme Miller tinha muito a oferecer que é bom. Mas ele não era infalível.

Na dissertação The End of Historicism [O fim do historicismo], o Dr. Kai Arasola argumenta que o historicismo como uma ferramenta útil de interpretação bíblica chegou ao seu fim. Eis alguns trechos significativos:

Miller tinha quinze "provas" do segundo advento em 1843. Essas provas encontravam-se em várias partes da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. As provas de Miller incluíam a "profecia de Moisés", os sete anos proféticos ou 2520 anos literais. Ele encontrou essa profecia em Lev. 26, Deut. 15, Dan. 4 e Ezequiel 39. Ele também computava o tempo do fim por 6000 anos desde a Criação. Esses pontos de vista podem ter afetado posteriormente as doutrinas das "testemunhas de Jeová". Miller também tinha outras imaginosas interpretações proféticas como os jubileus e os dois dias de Osé. 6:2. Contudo, a espinha dorsal das quinze provas de Miller era um complexo sistema de profecias interligadas dos livros de Daniel e Apocalipse que, por seu turno, moldou os ensinos do adventismo do sétimo dia. (Pág. A).

O milerismo representa uma interpretação bíblica que não só trouxe entusiasmo, inspiração, como também trauma para milhares, e constituiu-se ainda num divisor de águas na história da exegese milenialista. O inglório fim do milerismo trouxe má reputação para quem quer que se pusesse a tentar calcular uma tabela de tempo para a história do mundo. Dentro de poucos anos, dado o amplamente divulgado fracasso das expectativas mileritas, o bem estabelecido método histórico de exposição profética, de séculos de duração, perdeu sua posição predominante dando lugar tanto ao futurismo dispensacionalista quanto ao preterismo, mais erudito. (Pág. 1)

É importante estar ciente, de início, que alguns textos do Velho Testamento que os mileritas empregavam não aparecem como profecias para o leitor moderno. Há também várias explicações que apelam à reação: Isso de modo algum é exegese. Contudo, Miller e muitos dos seus seguidores consideravam os textos proféticos (com extrema seriedade). Ademais, a história da exegese deve lidar com o que as pessoas descobriram num texto, antes que o que julgamos que devam ter encontrado. (Pág. 3)

Pelo alvorecer do segundo milênio da era cristã alguns eruditos judeus começaram a calcular o tempo profético computando dias como anos. Esse expediente tornou possível datar o escathon [o fim do mundo] para perto do ano 1000 quando aplicado aos períodos de 1260 dias, 1290 dias ou 1335 dias, como se acha em Daniel. Joaquim de Flores (1130-1202) é o primeiro cristão que se tem notícia de ter empregado o método dia-ano. Ele o aplicava sobre os 1260 dias de Apocalipse e seu jogo imaginativo com números crípticos despertou amplo interesse em números apocalípticos. Sem uma mudança na exegese de tempos proféticos teria sido difícil reaplicar o cenário escatológico e mantê-lo relevante. (Págs. 32, 33)

Finalmente, e talvez de modo mais significativo, pode-se considerar o que é omitido nas regras de Miller. Não fazem menção de Cristo, da salvação ou do evangelho. Isso combina com a quase total falta de escritos devocionais nos periódicos mileritas. A despeito do fato de alguns historicistas fora do milerismo buscarem interpretar as profecias por um método cristocêntrico, somente uns poucos mileritas tinham tal preocupação. (Pág. 59)

Ele cria que todas as possíveis profecias de tempo deviam ser reunidas para uma verdadeira compreensão da revelação bíblica. Ele contestava que se empregasse apenas algumas poucas "provas". Outra ilustração disso tem que ver com uma crítica às conferências de Miller no Maine Wesleyan Journal. Tendo obtido espaço para apenas cinco de seus quinze argumentos, Miller conclui: "Isto é só parte dos dados escriturísticos pelos quais esta teoria é estabelecida". Semelhantemente em seu "Discurso à Conferência do Segundo Advento" em 1841 ele menciona a maioria de seus argumentos: os 6000 anos, 2520 anos, 2450 anos, 2300 anos, 2000 anos e 391 anos e 15 dias. (Pág. 91).

Dentro do milerismo certas idéias eram populares em certas épocas. Em 1840 a questão oriental era discutida com grande freqüência. Depois, desde o outono de 1840 em diante, aparecem vários artigos sobre os 6000 anos. Esse tema se esgotou pelo fim de 1842 quando um crescente número de artigos sobre as 2300 tardes e manhãs foram impressos. (Pág. 93-rodapé)

Algumas tabelas de tempo mileritas com 6000 anos que levavam a 1843 eram apresentadas como "evidência muito clara". As tabelas freqüentemente incluíam, por exemplo, Anno Mundi 5997, para o "ano corrente". Noutras ocasiões incluíam-se palavras de cautela. "Muito bem. Ninguém pretende dizer, positivamente, por quanto tempo o mundo tem persistido, mas ainda assim crê-se que há sérias razões para supor que a sua idade não está distante de 6000 anos". Qualquer outra idéia, postulavam, lançaria uma sombra sobre Deus. (Págs. 110, 111)

Um leigo comum tinha pouca possibilidade de examinar criticamente os detalhados gráficos com centenares de textos bíblicos. Qualquer informação na Bíblia tomava precedência sobre quaisquer dados disponíveis de fontes históricas. Por exemplo, os eventos do ministério de Cristo eram datados com o auxílio do livro de Daniel. Contudo, mesmo pelos padrões historicistas os mileritas deveriam ter sabido melhor que não se poderia situar o nascimento de Cristo no ano zero. Litch, de fato, pede desculpas por esse detalhe, mas põe de lado a questão toda assinalando que uma correção não faria qualquer diferença ao resultado final. Contudo, esse erro junto com outros desvios menores de datas históricas bem conhecidas, como as do exílio, demonstram que a meta de Miller era tão-só provar o tempo do fim, mas, sim, encontrar datas confiáveis. Ele empregava dados históricos quando se coadunavam com o seu plano e os desconsiderava, mesmo onde havia informações prontamente disponíveis, se os dados não pareciam relevantes a suas metas. (Págs. 112-113)

Conquanto Miller novamente reunisse uma quantidade de textos para comprovar seus pontos de vista, muitas de suas provas . . . parecem irrelevantes num exame mais detido. Após o desapontamento, a interpretação do símbolo do santuário foi vivamente debatido entre os mileritas do corpo principal e os adventistas observadores do sábado. (Pág. 126-rodapé)

O que requeria cuidadosa explicação era o ponto terminal da profecia [dos 1260 dias-anos]. Computando os 1260 anos em retrocesso, de 1798 requeria 538 como ponto de partida. O evento histórico ligado com esse ano era a expulsão dos ostrogodos de Roma. Essa interpretação estava consoante com uma interpretação amplamente aprovada dos dez chifres, três dos quais foram arrancados de diante do chifre pequeno (Dan. 7:8). Em vista de que os ostrogodos foram os últimos dos três, o tempo parecia lógico. Todos os detalhes desses eventos eram tidos como combinados com os de Dan. 7. A interpretação era coerente com o método utilizado e as informações disponíveis. A conclusão era de que em 538 AD o bispo de Roma foi deixado dominando a cena, com "todos" reconhecendo a sua supremacia. No entanto o terminus a quo era suficientemente obscuro para atrair algum crítica séria. Não é fácil convencer as pessoas de uma data que não é geralmente atestada pela história secular. Os mileritas compensavam essa falta de referencial histórico para o ano 538 AD com uma cuidadosa apresentação de detalhes menores dos acontecimentos de 538 AD. Às vezes também recorriam a ataques polêmicos contra os opositores. (Págs. 132-133)

Miller levou adiante a sua exegese do "tempo do fim" e do ano de 1798 incluindo o número 666 (Apoc. 15:18) numa profecia de tempo. Ele cria que essa duração se estendia de 158 AC, quando os judeus estabeleceram uma "aliança" com os romanos, até 508 AD, quando, acreditava ele, Roma pagã ou o costumado sacrifício encontraram o seu fim. Assim, o número da besta confirmava e unia a idéia de Miller dos dois dias mileniais de Oséias 6 e os tempos apocalípticos de Dan. 7 e 12. (Págs. 136, 137)

Um dos mais coloridos interlúdios dentro da breve história do milerismo é o verão e outono de 1840, quando Miller esperava os primeiros claros sinais do fim [a queda do poder otomano, Turquia]. Ele baseava essas idéias em Apoc. 9:5, 15. Geralmente o episódio todo é creditado ao Dr. Josias Litch, mas certamente Miller estava também envolvido, assim como o pessoal ligado ao Signs [revista milerita Sinais dos Tempos].

Essa interpretação tem sido chamada uma profecia que conduziu milhares a crer em Cristo, bem como uma que deu aos mileritas o primeiro amargo gosto de expectações frustradas. Um exame do material milerita mostra que nenhuma das interpretações corresponde inteiramente aos fatos. A falta de eventos dramáticos no tempo aguardado impediu que as idéias de Miller e Litch crescessem em proporções de uma espetacular propaganda da exegese milerita, nem pode o levemente hesitante entusiasmo com que o "cumprimento" foi pronunciado, ser designado um desapontamento. Os mileritas não reconheceram que os eventos fracassam em preencher os seus pressupostos. (Págs. 138, 139)

Quando 11 de agosto passou, houve uma abrupta pausa na abordagem do assunto nos periódicos mileritas. Os mileritas esperavam com grande interesse por notícias da Turquia, na expectativa do Armagedom. Por algum tempo parece ter havido um momento que inquietação. Nenhuma guerra mundial eclodiu. Nada de espetacular veio a ocorrer. (Pág. 141)

O julgamento sobre o impacto dessa interpretação [a queda da Turquia] deve ser contido. Seria um erro considerar essa interpretação como uma que converteu milhares ao milerismo. Essa idéia não explicaria a frustração de Litch quanto à relutância das pessoas em aceitarem os eventos de 11 de agosto como um sinal "convincente" do céu. Igualmente, é um erro chamar isso de amargo desapontamento. Ninguém haveria de saber que a despeito dos problemas da Turquia e ocasionais escaramuças militares, deveria prosseguir como um estado independente e que 11 de agosto de 1840 não seria posteriormente uma das datas importantes na história turca. (Pág. 143)

Em segundo lugar, as "provas" [para as datas de Miller sobre 1843-1844] repousam sobre pontos técnicos como cronologia bíblica e histórica, o que, provavelmente dava uma aura de erudição ao sistema. Os leigos eram incapazes de conferir a validade dos próprios pontos, e fatores emocionais e a retórica argumentativa podem ter levado muitos a se decidirem em favor de Miller.

Em terceiro lugar, todos os cálculos de Miller contêm um erro matemático. Miller passou por alto a não-existência de um ano zero, o que indica que nenhum milerita antes de 1844 realizou o seu dever de casa de modo integral.

Em quarto lugar, algumas das provas não são profecias de tempo em absoluto, ou sua real intenção é posta de cabeça para baixo. O poder das convicções religiosas tem raramente seguido os caminhos da lógica.

Em quinto lugar, os mileritas parecem ter crido que uma multiplicação de pontos fracos estabelece um ponto forte. Assim, o argumento foi multiplicado por 15 pontos, alguns dos quais eram com razão ridicularizados por oponentes e descartados por apoiadores conscienciosos. (Págs. 144, 145)

Extraído de The End of Historicism: Millerite Hermeneutics of Time Prophecy in the Old Testament [O fim do historicismo: a hermenêutica milerita de profecias de tempo no Velho Testamento], por Kai Arasola. Publicado na Suécia por Datem Publishing, Sigtuna, 1990. O livro representa uma edição revisada de uma edição mimeografada anterior. A dissertação foi submetida ao Corpo Docente Teológico da Universidade de Uppsala, para o grau de Doutor em Teologia. Foi publicamente examinada em 24 de maio de 1989.

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Sob o subtítulo, "Livros Encorajadores", acrescenta o autor da crítica ao livro em destaque, Desmond Ford: "As mudanças nas estruturas corporativas são geralmente vagarosas. Mas àqueles que estão ansiando por encontrar reconhecimento denominacional ao que os seus eruditos têm sabido por mais de meio século pode ser animador o surgimento de algumas obras recentes no meio adventista, como o Pilgrimage: Memoirs of an Adventist Administrator [Peregrinação: Memórias de Um Administrador Adventista], pelo Dr. Roy Adams [Review & Herald Publishing Association, 1993]. Este livro adverte os adventistas contra ensinar que Cristo estivera somente no primeiro compartimento do santuário até 1844. Adams declara que tal posição não é bíblica.

[22] - TRANSCRIÇÃO TAQUIGRÁFICA DA "MESA-REDONDA" DA CONFERÊNCIA DE PROFESSORES DE BÍBLIA E DE HISTÓRIA DE 1919 (Traduzido de Spectrum) -- 27 páginas.

Talvez dentre todos os materiais aqui anunciados, o que causará maior impacto sobre os adventistas do sétimo dia que o lerem seja esta tradução das transcrições taquigráficas da famosa "Conferência Bíblica de 1919". Representa um importantíssimo documento, aqui ligeiramente condensado, relativo às anotações taquigráficas daquele congresso que se mantiveram esquecidas por mais de seis décadas num remoto canto dos arquivos dos escritórios da Associação Geral, em Takoma Park, Md., E.U.A., até serem descobertos pelo Dr. F. Donald Yost. Os originais compreendem 2.400 páginas de cópias das significativas e esclarecedoras notas taquigráficas dessa série de reuniões com professores de Bíblia e de História, editores, pastores, dirigentes da Associação Geral, etc. Abrangeram os meses de julho e agosto de 1919 e tiveram a participação destacada do então presidente da Associação Geral, Pastor Arthur G. Daniells. Tratam especialmente dos bastidores da Organização Adventista ao deparar certos dilemas quanto a problemas ligados à composição da literatura da Sra. Ellen G. White, as dúvidas de muitos leigos conservadores sobre se nossos dirigentes de então criam verdadeiramente no "espírito de profecia" em face de posturas realistas ante fatos de que somente eles tinham conhecimento, a defesa levantada por eles confrontando tais alegações, etc.

Um comentário de Molleurus Couperus, que escreveu a introdução do material aqui transcrito, conforme apareceu em Spectrum, pode dar a medida da relevância para nós de tal conclave e de suas conclusões e decisões. Declara ele: "Parece uma tragédia que este material não estivesse disponível aos professores e pastores adventistas após a Conferência Bíblica, e que a mensagem que seus participantes desejaram compartilhar com a membresia da Igreja nunca haja sido transmitida".


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